Caçador, 01 de outubro de 2009.
Abaixo posto um relato do Professor e Historiador Nilson Thomé, sobre nosso primeiro ato que aconteceu ontem, dia 1º de outubro: a favor do processo de unificação da Universidade do Contestado.
"De repente, o apitaço! Ensurdecedor! Foi assim que na noite de quinta-feira, 1º de outubro, os alunos de todas as séries e de todos os cursos superiores do Campus de Caçador da Universidade do Contestado iniciaram um movimento emocionante, de sala em sala, de corredor em corredor, de pavimento em pavimento, de bloco em bloco, para mostrar a quem quisesse ver e ouvir, que estão na maioria favoráveis ao “processo de unificação acadêmica da Fundação Universidade do Contestado (FUnC) e da Universidade do Contestado (UnC) com a simplificação dos procedimentos pedagógicos, gerenciamentos administrativos e a unificação patrimonial”... ou simplesmente com a tal de “unificação”.
Do apitaço ao coro! No início, por volta das 20 horas, eram duas centenas de alunos, em seguida, o volume do movimento passou de quinhentos, mil, mil e quinhentos... e logo alcançou a totalidade dos estudantes. Pouco importa se seriam mil ou dois mil. Todos se deram as mãos e percorreram corredores e espaço livres no campus, entoando “UNIFICAÇÃO JÁ” como se fosse a canção de sucesso do ano do rei Roberto Carlos.
Nas salas de aulas, nós, professores-horistas contratados para “dar aula”, ficamos estupefatos. Fomos tomados de surpresa pela iniciativa dos próprios alunos, que, ainda durante o dia, souberam das “decisões” de pessoas que haviam se reunido na noite de quarta-feira, sob a proteção de guardas, para tomar decisão sobre o futuro da Fundação UnC-Caçador, nitidamente contrária aos interesses da maioria da comunidade acadêmica de Caçador e da região.
O Conselho Curador da Fundação UnC-Caçador, convocado para analisar a questão na noite de 30 de setembro, sequer conseguiu realizar sua reunião, pois o recinto, guarnecido por seguranças, foi tomado por outras pessoas, a maioria sem pertencer ao Conselho Curador
Perceberam os alunos, na quinta-feira, que determinadas pessoas, partes de uma instituída “comissão”, direcionariam a opinião pública dos membros da Assembléia Geral da Fundação para tirar esta instituição local da UnC, mas, souberam também que professores e funcionários do Campus de Caçador da UnC estavam se reunindo à parte (sem os dirigentes saber, claro) e decidido deflagar um amplo movimento EM DEFESA DA UnC a partir da sexta-feira, para fazer valer a voz dos educadores no processo que muito interessa à educação escolar, à educação de Caçador, à educação da região, que interessa à toda a sociedade.
Uma hora depois, de passeatas, apitaços e cânticos, aos alunos (inclusive aqueles ameaçados por um dirigente-mór de que iriam perder bolsas de estudos e que teriam as mensalidades aumentadas com a unificação) uniram-se funcionários (inclusive aqueles ameaçados de demissão pelo mesmo dirigente-mór caso se manifestassem a favor da unificação) e, principalmente, professores do magistério superior (inclusive aqueles a quem se acenaram cargos caso se posicionassem contra a unificação), e todos juntaram-se no Espaço de Convivência, em vozes altas para serem ouvidos: “A UnC É NOSSA”! e “QUEREMOS A UnC UNIDA!”
Foi uma manifestação civilizada, digna de louvor, sem evoluções agressivas, sem gestos obcenos, sem palavras indecorosas. A inocência e a pureza expressas nos rostos dos jovens adolescentes – que por ora não pintaram a cara – era notável, bem caracterizada por não estarem ali num ato contra pessoas ou instituições, e sim, num ato em defesa da integridade universitária.
Nenhum dos “chefes” administrativos estava por ali, naquela hora, para receber os alunos. Nas portas, apenas os zelosos guardas patrimoniais. A ala administrativa do campus, onde de vez em quando, por trás das portas trancadas com trincos de segurança, as persianas fechadas e de câmeras de vigilância, se instalam alguns dirigentes administrativos para dar ordens, estava totalmente deserta. A impossibilidade de um diálogo franco e aberto, naquele exato momento, quase fez ânimos ficarem mais exaltados, mas venceu a prudência, a cautela, o respeito... a educação!
Antes da convocada reunião do Conselho Curador (que não aconteceu como tal), havíamos expressado na crônica nº 15 que não escreveríamos mais sobre esta questão, que deixaríamos os fatos aconteceram, e até porque já estávamos “marcados” pela ousadia da livre manifestação do nosso pensamento, em que pese a censura que nos foi imposta. Depois do que aconteceu, não deu para segurar! Sentimos que alguém precisa registrar estes acontecimentos para a História da Educação Superior de Caçador, e divulgar os fatos à sociedade.
O recado dos caras-ainda-não-pintadas de 1º de outubro foi dado. Foi apenas o primeiro recado, pelo que observamos. E já dizia nosso primeiro e grande líder, Dom Orlando Dotti, que “a voz do povo é a voz de Deus”... portanto, é mensagem para quem quiser ouvir.
A Assembléia Geral da Fundação UnC-Caçador está convocada para a noite de terça-feira, 6 de outubro. "
Do apitaço ao coro! No início, por volta das 20 horas, eram duas centenas de alunos, em seguida, o volume do movimento passou de quinhentos, mil, mil e quinhentos... e logo alcançou a totalidade dos estudantes. Pouco importa se seriam mil ou dois mil. Todos se deram as mãos e percorreram corredores e espaço livres no campus, entoando “UNIFICAÇÃO JÁ” como se fosse a canção de sucesso do ano do rei Roberto Carlos.
Nas salas de aulas, nós, professores-horistas contratados para “dar aula”, ficamos estupefatos. Fomos tomados de surpresa pela iniciativa dos próprios alunos, que, ainda durante o dia, souberam das “decisões” de pessoas que haviam se reunido na noite de quarta-feira, sob a proteção de guardas, para tomar decisão sobre o futuro da Fundação UnC-Caçador, nitidamente contrária aos interesses da maioria da comunidade acadêmica de Caçador e da região.
O Conselho Curador da Fundação UnC-Caçador, convocado para analisar a questão na noite de 30 de setembro, sequer conseguiu realizar sua reunião, pois o recinto, guarnecido por seguranças, foi tomado por outras pessoas, a maioria sem pertencer ao Conselho Curador
Perceberam os alunos, na quinta-feira, que determinadas pessoas, partes de uma instituída “comissão”, direcionariam a opinião pública dos membros da Assembléia Geral da Fundação para tirar esta instituição local da UnC, mas, souberam também que professores e funcionários do Campus de Caçador da UnC estavam se reunindo à parte (sem os dirigentes saber, claro) e decidido deflagar um amplo movimento EM DEFESA DA UnC a partir da sexta-feira, para fazer valer a voz dos educadores no processo que muito interessa à educação escolar, à educação de Caçador, à educação da região, que interessa à toda a sociedade.
Uma hora depois, de passeatas, apitaços e cânticos, aos alunos (inclusive aqueles ameaçados por um dirigente-mór de que iriam perder bolsas de estudos e que teriam as mensalidades aumentadas com a unificação) uniram-se funcionários (inclusive aqueles ameaçados de demissão pelo mesmo dirigente-mór caso se manifestassem a favor da unificação) e, principalmente, professores do magistério superior (inclusive aqueles a quem se acenaram cargos caso se posicionassem contra a unificação), e todos juntaram-se no Espaço de Convivência, em vozes altas para serem ouvidos: “A UnC É NOSSA”! e “QUEREMOS A UnC UNIDA!”
Foi uma manifestação civilizada, digna de louvor, sem evoluções agressivas, sem gestos obcenos, sem palavras indecorosas. A inocência e a pureza expressas nos rostos dos jovens adolescentes – que por ora não pintaram a cara – era notável, bem caracterizada por não estarem ali num ato contra pessoas ou instituições, e sim, num ato em defesa da integridade universitária.
Nenhum dos “chefes” administrativos estava por ali, naquela hora, para receber os alunos. Nas portas, apenas os zelosos guardas patrimoniais. A ala administrativa do campus, onde de vez em quando, por trás das portas trancadas com trincos de segurança, as persianas fechadas e de câmeras de vigilância, se instalam alguns dirigentes administrativos para dar ordens, estava totalmente deserta. A impossibilidade de um diálogo franco e aberto, naquele exato momento, quase fez ânimos ficarem mais exaltados, mas venceu a prudência, a cautela, o respeito... a educação!
Antes da convocada reunião do Conselho Curador (que não aconteceu como tal), havíamos expressado na crônica nº 15 que não escreveríamos mais sobre esta questão, que deixaríamos os fatos aconteceram, e até porque já estávamos “marcados” pela ousadia da livre manifestação do nosso pensamento, em que pese a censura que nos foi imposta. Depois do que aconteceu, não deu para segurar! Sentimos que alguém precisa registrar estes acontecimentos para a História da Educação Superior de Caçador, e divulgar os fatos à sociedade.
O recado dos caras-ainda-não-pintadas de 1º de outubro foi dado. Foi apenas o primeiro recado, pelo que observamos. E já dizia nosso primeiro e grande líder, Dom Orlando Dotti, que “a voz do povo é a voz de Deus”... portanto, é mensagem para quem quiser ouvir.
A Assembléia Geral da Fundação UnC-Caçador está convocada para a noite de terça-feira, 6 de outubro. "
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