terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Amor líquido


"(..) numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a “experiência amorosa” à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultado sem esforço.”

Amor líquido: a fragilidade dos laços humanos - Bauman

Um comentário:

William Wollinger Brenuvida disse...

Evy...
1. Há uma música do Vandré, que o Toquinho interpretou depois, que menciona ou sintetiza esse texto. Dizia um trecho: "(...)quem de dentro de si, não sai... vai morrer sem amar.".
2. Há uma outra música do Vandré que diz:"quem quiser encontrar amor// vai ter que sofrer, vai ter que chorar//Amor assim não é amor,
É sonho, é ilusão//Pedindo tantas coisas//Que não são do coração.(...)"
3. Sábio Vandré. A heresia no Amor é querer transformá-lo numa mercadoria, num valor de troca, numa experiência de feira.;
4. Fico com Guimarães Rosa: "O Amor? Pássaro que põe ovos de ferro.".
4. Sabe o que me deixa mais angustiado nessa sociedade de mercado? Eu não caibo nela!!! (risos)